SÉRIE – EDUCAÇÃO CORPORATIVA VOLTADA AO VAREJO: IMPACTOS DA PANDEMIA NO SETOR – #1

Estratégias que podem ajudar a contornar os impactos da pandemia no varejo

Ninguém imaginava que passaríamos por uma pandemia e muito menos que ela mudaria tantos rumos e traria uma nova visão sobre o futuro de quase todos os nichos da sociedade.

Para o segmento do varejo não foi diferente, visto que a COVID-19 afetou, em um curto espaço de tempo, principalmente as relações de trabalho e consumo, alterando assim o comportamento das pessoas em uma escala global.

Mas, quais são as principais mudanças pelas quais o varejo está passando? Elas permanecerão ou no cenário pós-pandemia o segmento será como antes?

A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus é, antes de tudo, uma crise humana. E como todos nós sabemos, o varejo também é um segmento majoritariamente composto por pessoas, por isso fica claro por que ele foi um dos principais setores afetados pela pandemia, e ainda segue enfrentando uma variedade de desafios imediatos e a longo prazo.

Ainda é complexo estabelecer por completo quais mudanças e comportamentos adquiridos neste período ainda continuarão, mas diversas pesquisas revelam o status de desenvolvimento do setor atualmente, bem como as principais tendências para o futuro, o que nos permite ter um norte sobre quais transformações provocadas pela pandemia no Brasil serão transitórias, duradouras ou que devem ser olhadas com mais atenção.

Varejo em números

De acordo com a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em maio deste ano, as vendas no comércio varejista caíram 0,6% em março, após variarem 0,5% no mês anterior. É o terceiro resultado negativo nos últimos quatro meses.

O varejo, que no mês de fevereiro de 2021 se encontrava 0,3% acima do patamar pré-pandemia, em março ficou 0,3% abaixo dele. Com o resultado de março, as vendas registram queda de 0,6% no primeiro trimestre e alta de 0,7% no acumulado dos 12 meses.

O recuo foi acompanhado por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. O principal impacto negativo veio do setor de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 22% em março.

Diante dessa baixa no varejo, muitas empresas têm buscado conhecer tendências, se reinventar, adaptar processos, entre outras estratégias, para sobreviverem a mais um ano de pandemia. E é sobre isso que falaremos a seguir! Continue lendo o post para descobrir quais têm sido as prioridades do varejo neste momento desafiador.

Tecnologia em foco

É inegável que o uso da tecnologia sofreu um boom de março de 2020 para cá. A busca por eficiência operacional, transformação digital e melhor experiência do cliente tornaram-se rapidamente pontos decisivos para as empresas que desejam continuar e, acima de tudo, serem relevantes em sua área de atuação.

O varejo brasileiro entendeu a importância e o papel da tecnologia como meio para atender às demandas, por isso a coleta de informações dos consumidores, com a finalidade de mapear seu comportamento e suas atuais necessidades e a partir disso criar métricas de eficiência, produtividade e gestão, bem como a análise de dados estatísticos, tornaram-se artifícios cada vez mais utilizados pelas empresas do segmento.

Um levantamento realizado pela Involves, que contou com cerca de 160 profissionais (desse total, 41,3% são da indústria, 18,1% de agências, 14,3% de distribuidores e 13,5% do varejo. O restante pertence a outros segmentos), mostra que o planejamento da indústria e do varejo para 2021 tem olhado o investimento em tecnologia e inovação como prioridade neste momento.

Aproximadamente 19,3% dos entrevistados revelaram que colocar a tecnologia como prioridade é a forma mais efetiva de acompanhar os resultados das vendas, estabelecer objetivos e estratégias, assim como conhecer melhor o público que está consumindo os seus produtos.

A inovação é outra estratégia que já está no radar das empresas. Para 18,6% dos participantes, aumentar e diversificar o portfólio de produtos consta no planejamento, mas alguns já estão aplicando a estratégia desde o início da pandemia, tanto que 30,6% dos entrevistados investiram na ampliação dos canais de atendimento; 21,4% lançaram novidades no mercado; 18,1% promoveram ajustes no sortimento; 16,4% iniciaram vendas on-line e apenas 4,3% reduziram a produção.

Outras prioridades

Além do que foi citado no bloco anterior, outras atitudes também podem fazer a diferença para que as empresas atuantes no varejo permaneçam ativas e adaptadas ao “novo normal”, entre elas: focar no bem-estar dos colaboradores; criar boas experiências para o cliente; redefinir e fortalecer as operações da empresa.

A comunicação continuada com os colaboradores, por exemplo, tornou-se ainda mais importante neste momento, pois gera o mínimo de segurança. Outro ponto que faz total diferença na produtividade e no bem-estar da equipe é a garantia de condições de trabalho, que inclui a implementação de medidas voltadas para a saúde e para a higiene.

Quanto aos consumidores, é preciso sempre destacar que o distanciamento social mudou muito o comportamento de consumo, gerando uma demanda volátil e imprevisível. O e-commerce, por exemplo, tornou-se uma alternativa bastante atrativa, visto que oferece uma forma de compra segura pelo fato da mercadoria ser recebida em casa.

Desta forma, as empresas que passaram a ser híbridas conseguiram permanecer no mercado, mas para que o modelo tivesse ainda mais sucesso, também foi preciso promover uma experiência diferenciada para o consumidor, abrangendo adequação a um modelo de resposta mais rápido relacionado aos reabastecimentos; implementação de uma logística eficiente para entrega dos pedidos, com atenção ainda maior para produtos frescos; e um modelo de entrega em loja dos pedidos feitos on-line (pick up store).

As implicações dos impactos causados pela pandemia no varejo e as mudanças oriundas disso, portanto, podem ser transitórias ou perdurarem por muito mais tempo, o que mostra uma urgência de adaptação e atenção especial sobre a viabilidade, a sustentabilidade e a resiliência de todos os processos.

E aí, como sua empresa tem lidado e se adaptado a essas mudanças e quais impactos imprevisíveis foram notados na liquidez e na lucratividade do seu negócio?